Publi

header ads

Um Príncipe Em Nova York (1988) | Crítica

No reino de Zamunda, na África, o príncipe Akeem Joffer (Eddie Murphy) tem uma vida regada a todo tipo de mordomia. Quando o pai de Akeem, o rei Jaffe (James Earl Jones) forma um casamento arranjado, ele se recusa a casar e seu pai o manda para os Estados Unidos da América, onde vê a oportunidade perfeita para encontrar uma garota na qual ele realmente se apaixone.

A primeira impressão que se tem de Um Príncipe Em Nova York é de que mesmo com uma introdução grandiosa mostrando o reino de Zamunda, o filme irá trilhar por um caminho narrativo simples, mas passa longe de ser isso. O protagonista demonstra ser uma pessoa muito educada e sábia, mas ao mesmo tempo, ingênua. Isso fica bem evidente quando o personagem é inserido dentro da realidade suburbana, onde possui algumas dificuldades para entender certas gírias e atitudes das pessoas ao seu redor. A atuação do Eddie Murphy ajuda bem a expor essa personalidade para o público, utilizando-se de um sotaque ‘’diferentão’’ e uma fisicalidade que passa um ar de cavalheirismo para com os outros.

A direção de John Landis (Um Lobisomem Americano Em Londres, Os Irmãos Cara de Pau) é bastante sólida e funciona bem para a proposta do longa de ser simples e ao mesmo tempo, divertida. Algo que chama bastante atenção no filme é seu figurino, totalmente oitentista, mas longe de trazer aquele exagero estético da época. Na verdade, há uma mistura do urbanismo com as vestimentas tradicionais africanas, que são representadas principalmente na chegada de Akeem e Semmi (Arsernio Hall) na terra do Tio Sam. A direção de arte também faz uma boa mistura desses elementos, sendo evidente na sequência inicial, onde mostra os interiores de Zamunda.

O roteiro é bem construído, contando com alguns momentos de esquetes, contando com Eddie Murphy e Arsenio Hall interpretando outros papéis dentro do filme, como o núcleo da barbearia e a banda do evento da Consciência Negra. Por falar em coadjuvantes, o elenco de apoio é muito bom e ajuda a movimentar a trama de forma orgânica. Os pais de Akeem, por mais que apareçam relativamente pouco na trama, quando estão em cena, passam um ar de elegância e seriedade com as tradições do reino. Semmi contrapõe o protagonista com seu senso de ambição, agindo por impulso em determinados momentos, o que determina futuros acontecimentos da trama. A química entre Eddie Murphy e Shari Headley é muito boa, tornando convincente o amor entre o casal Akeem e Lisa McDowell.

 O humor é bem dosado e não apela para piadas muito expositivas, apesar de que em poucos momentos há um exagero em se estender até demais nas já citadas esquetes dentro do filme. Grande parte do fator comédia do longa vem dos momentos da ingenuidade de Akeem com o cotidiano do subúrbio, que geram situações que garantem boas risadas para quem assiste. Em construção narrativa, um pequeno defeito de roteiro é que o terceiro ato é bastante apressado para terminar a história e acaba por não dar muita explicação para os acontecimentos que culminam na sequência final.

 Algo que também merece destaque é a trilha sonora, composta por Nile Rodgers, lendário guitarrista da banda Chic. Ele traz instrumentos tribais característicos de sons africanos, juntamente com melodias remetentes ao jazz, fazendo uma mistura bastante agradável e que dá um charme a mais para o filme.

Um Príncipe Em Nova York não acerta todas as notas, mas dentro do que se propõe a ser, é uma comédia que garante bons momentos de diversão, juntamente com um elenco bom e uma estética agradável.

7,5/10

Postar um comentário

0 Comentários