Título original: Civil War
Direção: Alex Garland
Elenco: Kirsten Dunst,
Cailee Spaeny,
Wagner Moura
Sinopse: Em um futuro próximo e
distopico, uma equipe de jornalistas viaja pelos Estados Unidos durante uma
guerra civil
entre o
governo estadunidense
e as "Forças Ocidentais Separatistas", lideradas pelo
Texas
e pela
Califórnia. O grupo luta por sua sobrevivência numa época em que o governo se torna
uma ditadura, e milícias extremistas partidárias cometem regularmente
crimes de
guerra.
O jornalismo é um dos setores mais importantes de nossa sociedade. Não
falo isso de maneira enviesada por ser um, mas pare para pensar, quantas
informações você deixaria de ter se não houvesse uma pessoa responsável
por fazer um trabalho de pesquisa para que a notícia chegasse até você?
Informações de extrema utilidade, e algumas até essenciais para a
sobrevivência humana. Também é um setor que atua em diversas frentes das
mais variadas maneiras, a fim de registrar uma história.
Quando falamos da cobertura jornalística de um conflito armado, é
essencial a presença de um jornalista informando a população sobre o que
está acontecendo, além do mais quando consideramos a presença visual.
Desde a invenção da câmera no século XIX, nunca deixou de haver uma guerra
em que não foi documentado os horrores e os rastros de destruição que um
episódio como esse deixa. Na faculdade, tive um professor que falou que
''no fotojornalismo, a imagem tem que falar por si só. A pessoa tem que
ver a foto e saber somente por ela do que se trata''.
Há também o fator emocional. É difícil estar diante de cenas tão trágicas
e de alguma forma não se sentir abalado por aquilo. Em uma profissão com
um grau de risco tão elevado, há também aqueles que realmente alimentam um
vício pela adrenalina que todo aquele cenário gera. Alex Garland, que já
tem um longo trabalho no cinema, traz seu quarto trabalho como diretor,
evidenciando a importância da profissão do fotojornalista.
Seguindo uma proposta que remete aos road movies, a trama sabe dosar
momentos de mais calmaria com sequências mais explosivas, no sentido mais
literal da palavra. Alguns momentos me remeteram a produções como
Filhos da Esperança (2006)
e
The Last Of Us (2023-atualmente).
Wagner Moura na pele de Joel traz um personagem que tem prazer em sentir a
adrenalina de estar em meio ao conflito. De certa forma ele traz um
contraponto a Lee e Jessie, o que complementa a química entre os
protagonistas. Dentre os coadjuvantes de destaque, temos a presença de
Stephen Mckinley Henderson
como Sammy, que é consideravelmente mais veterano no ofício que os demais, e
tem bons diálogos.
Jesse Plemons
também está no filme, e é responsável pela cena mais aterrorizante de todo o
longa.
A trilha sonora usa muitas canções de hip-hop, country e até um pouco de
rock. O som do filme é estridente no melhor sentido possível. Se tratando de
uma obra cujo tema central é uma guerra, o cuidado melhor nesse aspecto é
muito importante.
Nota: 8,5/10
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