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Shazam! Fúria dos Deuses (2023) | Crítica


Sinopse: O jovem Billy Batson (Asher Angel), agora sob posse dos poderes de Shazam (Zachary Levi) concilia a vida de herói com seus irmãos e os dilemas da maioridade. Eis que deusas antigas ameaçam a tranquilidade da Terra, uma vez que resolvem reivindicar magias que lhe foram tiradas.

Shazam está de volta no longa que dá sequência aos acontecimentos do filme de 2019, que é bastante divertido e honesto em sua proposta. Já de cara, Fúria dos Deuses estabelece a mesma ideia a se seguir de seu antecessor, em uma cena onde o personagem desabafa para um médico sobre o que pensa a respeito da responsabilidade de ser um herói. Diferente do original que traz algo um pouco diferente para esse gênero de filme, esse aqui não parece que tem muito a dizer, por muitas vezes sendo bastante vazio em conteúdo.


Existe nesse longa uma avalanche de oportunidades desperdiçadas, o que de fato é uma pena, pois se o primeiro tinha um ar de descompromissado, isso acabou refletindo no próprio valor de produção de Fúria dos Deuses. Com o que foi estabelecido anteriormente, havia um enorme espaço para explorar questões individuais dos personagens, a fim de isso gerar um maior apego do público com eles, mas não é o que acontece. Na verdade, isso até que chega a ser colocado em questão no início, principalmente se tratando das preocupações em relação ao futuro que Billy Batson sente, e também, um arco narrativo do Capitão Shazam Jr (Jack Dylan Grazer/Adam Brody) onde ele sente a constante necessidade de se provar como um grande herói. No fim das contas, tudo isso é reduzido para o lugar comum que muitos filmes de super-heróis encontram, de encontrar soluções fáceis e muito convenientes.


A ideia inicial de focar o confronto em algo mais local (na Filadélfia, para ser mais exato) chega de forma muito positiva na trama, até porque, algo que torna esse tipo de filme muitas vezes enfadonho, é que por algum motivo bastante irracional, o mundo inteiro tem que ser dizimado... porque sim. A ideia da Filadélfia funcionou, até chegar no terceiro ato que transforma tudo no mais genérico possível. As vilãs da vez são as irmãs Hespera (Helen Mirren) e Kalypso (Lucy Liu). Mirren até consegue ter espaço para alguns diálogos interessantes e rende duas ótimas cenas, o mesmo não dá para dizer de Liu, que atua de forma completamente engessada e passa uma sensação de total desinteresse em estar no filme.


Zachary Levi está mais solto do que nunca, mas isso acaba custando caro para momentos em que deveria haver mais sobriedade do personagem perante aos acontecimentos, o que causa uma distância entre ele e o Billy de Asher Angel, que deveriam conversar em harmonia de personalidade e atitudes. Rachel Zegler talvez tenha a personagem que melhor funciona dentro da narrativa, conseguindo passar bem os sentimentos conflitantes presentes nela. Se o Mago (Djimon Hounsou) tinha uma forte importância no primeiro, aqui ele é usado apenas como um mero mecanismo de roteiro para a história ir pra frente. O resto dos heróis da família são praticamente figurantes que não agregam muito ao todo, com exceção de Mary Bromfield (Grace Caroline Currey), que tem algumas falas boas e que se complementam na jornada de Billy. 

Tecnicamente falando, o filme é pouco inspirado, com a direção de David F. Sandberg operante e simples demais. A trilha sonora flerta em ser diferente, mas acaba soando mais do mesmo, assim como o design de produção e a cinematografia completamente básica e que não parece ajudar para que os elementos de roteiro sejam amplificados.


Dentro do quase extinto DCEU, Shazam! Fúria dos Deuses parece perdido em um limbo de ideias mal executadas, um roteiro preguiçoso, atuações caricatas e um humor tão inocente que cai em sua própria armadilha. Resta saber se a longo prazo, algo daqui será aproveitado no novo universo que James Gunn e Peter Safran almejam erguer.


Nota: 5,5

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