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Aves de Rapina e a Emancipação Fantabulosa de uma Arlequina (2020) | Crítica


Em 2016, o DCEU nos presentou, pra bem ou mal, com Esquadrão Suicida. O filme foi um desastre pro público e até para o diretor, que alegou que o estúdio causou diversas mudanças no material original. Desse emaranhado todo que foi o filme, algo que praticamente todos concordaram é que a personagem Arlequina, vivida pela australiana Margot Robbie, foi um dos pontos altos, o que aumentou o clamor por mais aparições de Harley. Após diversas mudanças em cronogramas de lançamentos e outros filmes não muito bem recebidos no universo compartilhado, começaram a vir os acertos. Aves de Rapina E A Fantabulosa Emancipação de Uma Arlequina chega pra provar que a DC conseguiu se colocar novamente nos eixos, depois de diversos tombos e uma inconsistência em encontrar uma identidade para seus filmes.


A história nos traz uma Arlequina que, como o título sugere, agora vive uma vida sem as amarras do Coringa, e tentando impor seu nome de forma independente, ao mesmo tempo que deve lidar, junto com outras mulheres com habilidades diferentes umas das outras, com o roubo de um diamante pertencente ao Máscara Negra, um dos chefões do crime de Gotham.


A trama é leve e divertida na medida certa. É impressionante como a Margot Robbie (Eu, Tonya) casa tão bem com a Arlequina, que é de longe um dos grandes acertos do filme. Apesar de tudo, a personagem demonstrou uma maior maturidade se comparado com Esquadrão Suicida, que não foi ignorado aqui, muitas vezes sendo referenciando de forma explícita e implícita. O roteiro brinca, principalmente, com os recursos de narração em off (nesse caso, da Harley) e os flashbacks que retrocedem momentos da história que são expandidos para explicar um fato presente no atual momento da história. A princípio, os flashbacks não chegam a ser um incômodo, mas ao avançar do filme, se torna algo muito cansativo e até desnecessário. O filme não precisava ter se perdido novamente explicando a origem da Arlequina, pois isso já ficou explicado no outro filme.


É notável também, uma edição frenética e bagunçada de propósito, que utiliza, em algumas cenas, informações sobrepostas sobre os personagens, o que foi até interessante, porém, não necessitava de fato, apesar de em certos momentos fazer sentido, já que acompanhamos a trama sob a ótica da Harley, que transita entre a loucura e sanidade. As cenas de ação são um show a parte. Margot Robbie fez questão de não usar dublê em suas cenas, e seu esforço valeu a pena, pois tanto suas cenas, como as de quando ela se une ao grupo das meninas é incrível. Vale ressaltar que as cenas de ação tiveram consultoria de Chad Stahelski, diretor da franquia John Wick, e dublê de longa data em Hollywood. Já que falamos de Margot Robbie, vale um destaque para o empenho da atriz, tanto com seu papel, como com o projeto. Ela fez questão de que todas as atrizes ganhassem igual, além de também ser produtora do longa.


Outros papéis de destaque são de Jurnee Smollett-Bell, que entrega uma Canário com bastante presença em cena, e Ewan McGregor (Trainspotting), que interpreta o vilão Máscara Negra, que teve uma ótima adaptação para um contexto mais gângster que a trama pedia, passando um ar de sádico e perigoso. Em contraponto, há um certo desperdício de desenvolvimento na personagem Caçadora, vivida por Mary Elizabeth Winstead (Scott Pilgrim Contra O Mundo) que poderia ter tido uma abordagem melhor aprofundada, o que pode ser melhor aproveitada em uma sequência. Victor Zsaz, outro vilão do Batman, também aparece na trama, interpretado por Chris Messina, mas é rebaixado para um mero capanga do Máscara Negra.


É legal destacar também a direção de arte, que usa muitas cores vibrantes e que ajudam até a contar acontecimentos na trama. Elas são bem evidenciadas nas cenas de ação, que até chegam a ditar o ritmo delas.


Mas a cereja do bolo, sem dúvidas, é a interação entre as garotas. A sinergia entre elas rendeu algumas das melhores cenas do filme. No geral, Aves de Rapina é ótimo, especialmente para quem esperava o retorno de uma Arlequina com mais tempo de tela, protagonismo e independência, afinal, se trata de sua emancipação fantabulosa.

7,5/10

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4 Comentários

  1. Nossa muito bacana, deu muita vontade de ver o filme agora. Arrasou

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  2. Apesar de não ser um filmaço é um ótimo filme pipoca pra rir e se divertir com a galera. Espero que o próximo evolua e seja ainda melhor.

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    1. Com certeza ! Se a DC ainda se interessar, dá pra fazer um filme interessante sobre as Sereias de Gotham.

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