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Charada (1963) - Uma joia rara da Hollywood Clássica | Crítica

Regina Lambert (Audrey Hepburn) descobre que seu marido está morto após chegar de uma viagem. Logo após o seu enterro, ela descobre que ele foi assassinado porque guardava uma fortuna no equivalente a 250 mil dólares. Agora, Lambert precisa descobrir onde está o dinheiro e se proteger dos criminosos, tudo isso com a ajuda do misterioso Peter Joshua (Cary Grant). Charada foi um grande achado dentro de uma infinidade de filmes disponíveis para assistir, uma joia rara. O longa está atualmente disponível na Mubi e apresenta aquilo que se tem de melhor na Hollywood clássica.


Seu desenvolvimento é uma mistura da era de ouro hollywoodiana, com uma autoria que remete a Alfred Hitchcock. Inclusive, se não tivesse conferido que Stanley Donen era o diretor, teria achado que Hitchcock é quem o havia dirigido. É praticamente um filme nos moldes do mestre. Grandes atores, uma produção caríssima para a época, com ótimo design de produção, um romance, uma trilha sonora que acompanha os personagens, uma montagem praticamente invisível. Todos são aspectos clássicos e feitos magistralmente aqui. Porém, a grande genialidade de ''Charada'' está em seu roteiro, que consegue equilibrar perfeitamente a comédia com suspense, se tornando um thriller formidável.


Já perdi a conta de quantos filmes tentaram somar esses dois aspectos citados anteriormente e falharam miseravelmente. Não é algo fácil, muito pelo contrário. Qualquer piada fora de hora ou texto mal escrito pode resultar em um afastamento do telespectador na narrativa e assim perder o interesse no filme. Mas aqui em ''Charada'', toda cena causa uma ansiedade harmoniosa e uma tristeza por saber que o filme está acabando. Tudo isso é possível, obviamente, pela grande condução da direção de Stanley Donen.
Apesar de ''Cantando na Chuva'' ser o seu principal projeto da carreira, acredito que Charada não fique muito atrás, é uma condução perfeita da história. Somado, temos duas atuações excelentes de Audrey Hepburn e do Cary Grant. Fiquei muito surpreso ao saber que nenhum dos dois foram indicados ao Oscar, um esnobe completo, mereciam bastante. Charada conseguiu indicação para Canção Original, que por sinal, é realmente excelente, mas o filme deveria ter conseguido mais reconhecimento, por montagem, atuação, direção, fotografia, e principalmente, roteiro.

''Charada'' é um filme escondido, pouco comentado e talvez até esquecido, mas que não fica muito atrás das grandes obras da Hollywood clássica. Com aspectos técnicos de primeira linha, uma direção e roteiro excelentes, que traz diversas reviravoltas e duas atuações incríveis, é um filme que vale todo o momento e merece ser redescoberto.

Nota: 9/10

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