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Obi-Wan Kenobi (2022) | Crítica

O amplo universo de Star Wars trouxe obras e personagens marcantes para a cultura pop. Dentre os mais celebrados, temos Obi-Wan Kenobi, que nos três primeiros filmes da saga (1977-1983) foi interpretado por Sir Alec Guinness (Lawrence da Arábia). Na segunda trilogia, chamada de ''Prequel'' (1999-2005), coube ao britânico Ewan McGregor (Trainspotting) a tarefa de trazer uma versão mais jovem do jedi para as telonas. Sua interpretação foi tão marcante que não demorou muito para que os fãs clamassem por mais histórias com o McGregor na pele de Kenobi. Depois de muita espera, finalmente a tão sonhada história chegou, e assim como qualquer produção recente de Star Wars, trouxe uma reação muito dividida do público, permeada por sentimentos de nostalgia, dúvida e frustração.


Alguns anos após os acontecimentos de ''Episódio III: A Vingança dos Sith (2005)'', o ex-mestre jedi, agora sob a alcunha de ''Ben'', se isola no vasto deserto do planeta Tatooine, a fim de escapar da caça do Império Galáctico que procura acabar com os resquícios da extinta República. Kenobi se vê obrigado a sair de seu exílio quando Leia Organa (Vivien Lyra Blair) é capturada por quem aparenta conhecer até demais sobre seu passado.

A princípio, é importante destacar que a minissérie de seis capítulos não busca trazer um fato que vai mudar drasticamente algo na franquia, visto que a história se encontra entre dois filmes já lançados há muito tempo. A narrativa se prende aos conceitos básicos que serão mostrados na narrativa de Episódio IV: Uma Nova Esperança (1977), o que por muitas vezes, impede o avanço do grande potencial que Obi-Wan Kenobi poderia trazer de complemento para o que já está estabelecido na saga.


O roteiro peca ao não aprofundar seu protagonista, principalmente se considerar o fato de que por ser uma história contada em episódios, era mais tempo disponível para focar nesses detalhes que agregariam muito na jornada do personagem. Mas algo que contrabalanceia esse ponto, é a boa atuação de McGregor, que claramente demonstra muita empolgação em voltar a um dos papeis mais marcantes de sua carreira. Aqui é mostrado para o espectador uma versão mais frágil e reflexiva de Obi-Wan, proveniente da bagagem dos filmes que precedem à trama. Isso fica muito evidente pela interpretação de Ewan, que desperta no público uma curiosidade de procurar entender as motivações do personagem naquele determinado momento da narrativa. Outro destaque bastante positivo fica para a boa atuação de Vivien Lyra Blair, que com muito pouco, conseguiu transparecer a personalidade de Leia que vemos nas sequências. 


Uma boa novidade apresentada na minissérie com certeza é Reva Sevander, interpretada por Moses Ingram (O Gambito da Rainha). Sua personalidade impulsiva e confrontadora rende bons momentos e por muitas vezes, é responsável por mover a trama, ainda que seu arco narrativo não tenha uma conclusão satisfatória para o que foi apresentado de sua história. Tala Durith, interpretada por Indira Varma (Game Of Thrones) apesar de aparecer pouco, tem uma participação efetiva e importante. Outros do núcleo secundário, como Haja (Kumail Nanjiani) e o Quinto Irmão (Sung Kang) em quase nada impactam diretamente no desenrolar dos fatos.


Darth Vader (Hayden Christensen/James Earl Jones) dá as caras por aqui, e faz por merecer a presença no hall dos maiores vilões da sétima arte. A imponência do personagem em cena gera momentos de pura aflição, em sequências muito bem dirigidas por Deborah Chow (The Mandalorian). A trilha sonora não soa empolgante e tampouco ajuda a aumentar a grandeza dos acontecimentos, com exceção dos momentos em que entram músicas marcantes dos filmes. Os momentos de flashback, muito aguardados por maioria do público, são bons, mas que poderiam aparecer mais vezes na narrativa, o que traria um peso maior narrativamente.


Obi-Wan Kenobi tem um saldo geral agridoce. A minissérie traz sequências que são um verdadeiro deleite mesmo para o fã mais exigente de Star Wars, e referências que certamente abrem um sorriso em que possui um forte apego com esse universo, mas erra muito ao não aproveitar todas as chances disponíveis nas possibilidades que a trama poderia caminhar.

NOTA: 6,5/10


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