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Sex Education - 3ª Temporada (2021) | Crítica

Quando a Netflix anunciou que iria lançar uma série chamada Sex Education, com um foco juvenil, era de se esperar que fosse uma produção com um humor escrachado e tratando relações sexuais como um mero fator apelativo na trama. Se alguém que nunca viu a série, ainda pensa que se trata disso, a terceira temporada vem para consolidar-se como a produção audiovisual da atualidade que trata da forma mais responsável possível sobre descobertas, dilemas e sentimentos que adolescentes costumam ter nesse período da vida, unindo isso a uma trama inteligente e bem humorada.

Após o fim do recesso de verão, os estudantes da escola de Moordale retornam para a reta final da graduação estudantil, mas terão que lidar com uma nova diretora que pretende mudar drasticamente várias regras dentro do colégio. 

Logo de cara percebe-se que a série está bem confortável consigo mesma. Uma vez que em duas temporadas, foi apresentado de forma eficaz as personalidades e sub-tramas dos personagens, agora o caminho está livre para abordar com detalhes suas vivências. Por isso mesmo, o terceiro ano de Sex Education pode ser considerado o que possui maiores momentos de drama se comparado com os outros.


 A todo momento durante os oito episódios, nossas expectativas a respeito do que seria ideal pra narrativa de cada um são quebradas, mostrando rumos bastante diferentes do que se era esperado. Personagens que até então, eram de núcleos diferentes, passam a interagir de forma bastante harmoniosa e coesa com o que o roteiro entrega. Ao mesmo tempo em que algumas pessoas que possuíam um caráter honesto, cometem erros com consequências bastante negativas, e isso traz à tona do que Sex Education de fato se trata, falar sobre os erros e aprendizados presentes no período da adolescência. Os exemplos mais claros dessa ideia são mostrados nos episódios 5 e 6

É importante destacar que nessa terceira temporada, os arcos narrativos são mais individualistas, deixando em voga muitas aflições que refletem na personalidade de cada um, e que são evidentes em consequências de atitudes com os outros ao redor. Há também uma maior atenção para as tramas do núcleo adulto da trama, que até aqui, servia mais como um contraponto para a perspectiva jovem.


Somos apresentados a diversos aspectos presentes nos pais e professores que trazem uma forte curva dramática que causam mudanças significativas nas vidas deles. De certa forma, isso ajuda ao espectador a entender o histórico que levou para que esses personagens futuramente tomassem certas atitudes ou agissem de tal forma, nos levando a torcer por pessoas que até então, fazíamos questão de ignorar dentro desse universo.


 E como não poderia deixar de faltar, somos apresentados a mais tópicos da vasta temática de sexualidade. Assuntos como influências da pornografia no sexo, prazer e deficiência física, estresse pós traumático e sexting (prática de relações sexuais por mensagens de texto) são abordados com muita responsabilidade e com o humor característico da série. Ainda tem espaço para trazer mais questões relacionadas com identidade de gênero. 


Apesar de contar com alguns momentos destoantes da proposta narrativa, Sex Education entrega a sua temporada mais madura até aqui, e com conclusões narrativas de questões envolvendo os personagens nos anos anteriores, a série trilha seu caminho para um fim balanceado e justo com a proposta apresentada.


Nota: 9/10 





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