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A Guerra do Amanhã (2021) | Crítica

Creditado como uma obra dos gêneros: ação, aventura e drama, o mais novo longa do PrimeVideo mistura muitos conceitos e influências para elaborar em cima de um principal plot e acaba se atrapalhando com o ritmo da história.


Existe uma guerra no futuro, a humanidade está perdendo e agora o tempo presente se organiza para ajudar enviando soldados para o campo de batalha. Simples e efetivo, mas o excesso de floreios transformou uma premissa interessante de ação e ficção em uma bagunça de 2h18min.

No enredo, uma partida de futebol da Copa de 2022 no Qatar é interrompida por uma tropa de soldados que aparecem no meio do campo avisando o mundo inteiro de uma guerra sem precedentes que acontecerá em 30 anos. A missão deles no presente é organizar a população e enviá-la para lutar no futuro, onde a humanidade está em desvantagem. Onze meses se passam e chega a vez do nosso protagonista ser convocado.



O roteiro do longa foi uma produção de Zach Dean, um escritor que possui em seu currículo A Fuga (2012) e Um Dia Para Viver (2017), ambos filmes de ação com aspectos de drama e thriller que sofreram fortes críticas por muitas conveniências de roteiro e falta de carisma do protagonista. Dois dos grandes problemas que vemos neste trabalho de 2021. O roteiro de A Guerra do Amanhã falha ao não decidir o que será. A ficção científica parece complicada sem necessidade, o drama familiar (parte integral da história) é mal desenvolvido, a ação é fraca e o humor é extremamente mal colocado. Até a trilha sonora aparenta não combinar com as cenas. Nada parece encaixar direito.

Chris Pratt é um ator extremamente carismático, como ficou provado em Guardiões da Galáxia (2014), mas neste longa ele não segura a liderança da narrativa (é irônico porque seu personagem quer provar que sabe liderar). Grande parte disso acontece por seu personagem ser escrito com a profundidade de um pires, mas até mesmo nas cenas de drama, que são essenciais para a progressão do arco emocional do soldado Forrest, o ator falha em expressar. Se não fosse pelas cenas onde Yvonne Strahovski (Coronel Muri Forrester) e J.K. Simmons (James Forrester) aparecem e transformam pedra em ouro, todas as cenas dramáticas seriam motivos de risada. Ao contrário das piadas do filme.


Os diálogos dos personagens não são dos melhores e a inserção de piadas a cada três linhas não foi uma boa ideia, principalmente porque quebra momentos de seriedade importantes para a narrativa e todo aquele perigo falado parece não importar muito. Esse filme falha em construir momentos de tensão ou urgência em toda tentativa, seja pela falta de uma direção especial, pela grande quantidade de personagens dispensáveis ou, principalmente, por conta dos comentários constantes de Charlie (Sam Richardson), um personagem que logo em sua chegada teve uma boa química com essa versão do Senhor das Estrelas, mas rapidamente perdeu a graça. Tudo isso atrapalha muito o ritmo da história que acompanhamos, sem falar que até o momento que começa algum tipo de ação já se aproxima de 45 minutos de filme.

A direção, na maior parte do tempo, é bem padrão de filmes de ação, detalhe para uma boa quantidade de cenas com uso da câmera lenta (Zack Snyder fazendo escola). Em alguns momentos, uma direção mais estilizada faz falta até mesmo para ajudar a inserir o espectador na ação. O diretor Chris McKay é conhecido por animações de humor ácido como Lego Batman: O Filme (2017) e seu estilo de direção só transparece em uma cena específica que enche os olhos e impressiona pelo tom épico.


Dito isto, o terceiro ato do longa traz um bom respiro para a história, isso talvez seja notado especialmente pelos fãs de filmes de ação e suspense dos anos 80, pois na lista de referências nós vemos uma leve inspiração a O Exterminador do Futuro (1984) e grandes inspirações de roteiro e estética em Alien: O Oitavo Passageiro (1979) e O Enigma de Outro Mundo (1982). Toda a ação, suspense e diversão que faltou em 1h30 de filme, eles entregam neste segundo clímax, apesar de tanta inspiração beirar o plágio.

Com tudo isso em mente, vale a pena acompanhar ⅔ de uma história bagunçada apenas por um final divertido? Talvez não. Mas A Guerra do Amanhã tinha muitas ideias interessantes que infelizmente se perderam no meio do caos. Quem sabe um bom trabalho de edição seja o que faltou para transformar o filme em algo mais concreto. Vai saber né?! Pelo menos os monstros tem um design legal.



NOTA: 6

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