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Um Príncipe Em Nova York 2 (2021) | Crítica

 

Mais de 30 anos depois do lançamento do filme original que é um clássico da década de 80, Um Príncipe Em Nova York ganha uma sequência, que desde o anúncio da produção, prometia trazer grande parte do elenco original de volta, além de referências à trama de Akeem Joffer e o reino de Zamunda. A continuação, lançada com distribuição do Prime Video, traz um forte apelo nostálgico, o que por um lado pode ser bom para quem gosta muito do filme original, mas um grande problema se analisarmos a progressão narrativa necessária em uma continuação. No segundo filme, acompanhamos Akeem procurando por seu filho nos Estados Unidos da América, para assumir o título de príncipe de Zamunda.

Dessa vez quem assumiu a escrita do roteiro não foi Eddie Murphy, mas sim quatro roteiristas, que passaram longe de transpor o mesmo humor simples e de contrastes sociais que o primeiro filme trazia. Há muito reciclagem de piadas, como uma tentativa de fazer referências ao longa de 1988, mas que acabam por interromper a progressão da trama. O arquétipo de esquetes está de volta, dessa vez sendo bem mais utilizado, mas sendo totalmente destoante do tom do filme, que gasta grande parte do tempo apresentado referências ao original, deixando pouco desenvolvimento narrativo para o novo núcleo apresentado, que é o do filho de Akeem e sua família. 

A falta de novo conteúdo prejudica muito, deixando evidente uma percepção de que o filme se prende muito na nostalgia, mas deixando a obra pouco atrativa para quem está conhecendo esse universo. Por mais que seja muito legal rever o elenco e perceber que todos estão se divertindo muito reprisando seus papéis, isso não é suficiente para prender um novo público, muito porque Lavelle (Jermaine Fowler), filho de Akeem, que é colocado como o protagonista, não possui um forte carisma que crie uma conexão emocional do público com o personagem.

Alguns elementos humorísticos são atualizados, mas não sendo bastante explorados na trama, sendo um potencial desperdiçado de mostrar personagens do filme original conhecendo um nova cultura norte-americana, que mudou bastante nesses 32 anos. O subtexto que fala de empoderamento feminino e quebra de tradições patriarcais são pontos interessantes mas que não são bastante desenvolvidos ao longo do filme, o que teria sido um grande acréscimo para a obra, visto que as três filhas de Akeem tinham um apelo de protagonismo maior do que de Lavelle. O romance de Lavelle com uma personagem é colocado tarde demais dentro da narrativa, sendo apressado e tendo quase nada de química, não sendo muito bem desenvolvido para ao público.


A direção, que no primeiro ficou por conta de John Landis, agora é assumida por Craig Brewer, que já havia trabalhado anteriormente com Eddie Murphy em Meu Nome é Dolemite (2019). Craig reproduz muitas cenas do filme 1988 exatamente iguais, o que não deixa um ar de originalidade, sendo algo bastante formulaica. As atuações dos personagens são bastante genéricas e com pouca expressividade, com o único destaque sendo o Wesley Snipes, que interpreta o general Izzy, antagonista do longa. Os atores do filme original só entregam mais do mesmo, não trazendo nada inovador para a construção de seus papéis.

A trilha sonora presta pequenas homenagens ao primeiro filmes, mas traz uma nova linguagem musical presente na atualidade, com uma forte presença do rap misturado com melodias africanas (Alô, Pantera Negra). O figurino é semelhante ao do filme original, mesclando o tradicionalismo africano com o urbanismo (dessa vez, mais moderno) do cotidiano. Há momentos em que podemos enxergar referências às vestimentas do primeiro filme, como quando Akeem e Semmi retornam aos EUA.


Um Príncipe em Nova York 2 não agrega e nem muda muito do que foi apresentado no primeiro filme, sendo apenas uma revisitação naquele universo. Para quem é muito apegado ao filme original, vale assistir para se divertir procurando as referências presentes no filme.

5,5/10

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