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WandaVision (2021) | Primeiras Impressões


Chegando ao Universo Cinematográfico da Marvel como um furacão com novos ares, “WandaVision” apresenta trama misteriosa, fora da caixa e bem distante da fórmula tradicional da Marvel

Antes de qualquer comentário, é necessário explicitar que, como foi mostrado nos trailers, a série vai funcionar - ou pelo menos iniciar - como uma grande homenagem à história da televisão. Colocando nossos protagonistas em situações corriqueiras do dia a dia no formato das sitcoms (situation comedy). Portanto, se prepare, pois vem muito conceito por aí. A pergunta que fica é: a coesão e a aclamação virão juntos??? Isso nós iremos ver.


De início, a série faz um bom proveito do sentimento de confusão criado com o retorno do Visão - que foi um dos personagens que não retornou com o segundo estalo - e do cenário claramente destoante em que eles se encontram. É construída uma sensação de segurança e perfeição, muito bem exemplificada pelo imaculado American Way of Life, o belo retrato da família feliz americana popularizado pelas produções do gênero dos anos 50 e 60. Como I Love Lucy (1951-1957) e The Dick van Dyke Show (1961-1966).



Chega de enrolação, vamos tratar do que importa. O roteiro gira em torno da chegada de Wanda (Elizabeth Olsen) e Visão (Paul Bettany) “recém-casados” na cidade de Westview e suas tentativas de se adaptar àquele ambiente de subúrbio sem que os vizinhos descubram seus poderes. Enquanto isso, eles tentam viver sua vida de casal perfeito, todavia, sempre encontrando pequenas inconsistências em sua própria narrativa. Logo de cara, se nota que esse é o cenário perfeito para dar substância à relação dos dois personagens, uma das reclamações do público, já que o casal acabava ficando um pouco de lado nos filmes.


Esse clima de romance, comédia e suspense é perfeito para exteriorizar a capacidade criativa dos atores, permitindo-os mostrar diferentes espectros do próprio talento. Inclusive, este foi um dos motivos pelo qual Kevin Feige (idealizador da p*rra toda no MCU) decidiu que Wandavision fosse produzido como uma minissérie e não como um filme. Em entrevista à Variety, ele disse: "Elizabeth Olsen e Paul Bettany são esses atores incríveis – que fizeram coisas incríveis em quatro filmes, – mas nunca tiveram a chance de dominar a narrativa porque haviam muitas outras coisas acontecendo. Foi divertido finalmente dar a eles uma plataforma para mostrar seu talento surpreendente.”



É notável como, tanto os personagens principais como os coadjuvantes, conseguem flutuar bem nas transições bruscas de tom que acontecem entre as cenas. Entregando atuações comoventes em alguns momentos e rapidamente voltando com toda a energia caricata que prevalece na série, até o momento (shout out para Debra Jo Rupp - Mrs. Hart-,  naquela cena do jantar, e para Kathryn Hahn - Agnes- , em toda cena que ela aparece). Apesar de todos conseguirem manter o ritmo, não tem pra ninguém quando Elizabeth Olsen aparece na tela, a caçula Olsen mostra que poderia muito bem substituir suas irmãs em Três é Demais (1987-1995), mas também segura momentos mais tensos. Elizabeth convence na construção da imagem da esposa atrapalhada e em momentos de claro descontrole da personagem. 


A escolha de Matt Shakman para ocupar a cadeira da direção não decepciona, parece até mesmo complementar bem todo o elenco. Para quem conhece o trabalho dele isso não deve ser nenhuma surpresa, já que o diretor possui um currículo extenso, tendo trabalhado em muitas séries de TV e até em alguns filmes. Entre algumas produções podemos citar as de grande porte e com temáticas bem distantes - como Game of Thrones e The Boys - e outras na área de humor - como It’s Always Sunny in Philadelphia e Dr. House. Matt foi a escolha perfeita para trazer às telas a história caótica desse casal.



Existe um ar de mistério que paira sobre tudo em Westview, ninguém entende nada do que está acontecendo, nem a gente aqui e muito menos eles lá. Essa sensação de estranheza se acentua cada vez mais ao final dos episódios, na qual aos poucos vai se revelando um pouco mais dessa novela em que Wanda se meteu. Essa inclusive é uma das questões que fica ao final do segundo episódio. Afinal, quem está fazendo isso? Como diabos aquilo está sendo transmitido? Como a S.W.O.R.D. já está envolvida no caso? E qual a extensão de tudo isso? 


Enquanto não temos as respostas dessas perguntas, simbora correr atrás dos diversos easter eggs para servir de base às grandes teorias do futuro, não só da Wanda e do Visão, como de todo o Universo Marvel.



Após esses dois pequenos episódios, entende-se o porquê de Wandavision ter sido escolhida como o carro-chefe desse novo universo integrado da Marvel. Todo seu orçamento de 225 milhões de dólares (mais alto que Game of Thrones e Vingadores) é notado em seus sets, figurino e trabalho de edição, mas deixa espaço para uma possível conclusão grandiosa. 


Em conclusão, sua história charmosa encanta, põe o espectador no lugar da protagonista e, a depender do rumo a ser tomado, isso pode ser muito doloroso. A série casa muito bem todos os gêneros que se propõe a trabalhar (que não são poucos) e abre muitas possibilidades para a história. Minha aposta é que vai valer a pena acompanhar o crescimento e o desenvolvimento dessa novela. Seu primeiro momento funciona muito bem como uma série independente, mas enche os olhos se vista integrada a todo o caminho já trilhado pelo estúdio. É muito bom ver a Marvel experimentando novas possibilidades artísticas, acende aquela esperança de uma Fase 4 com filmes menos formulaicos. 




Pessoalmente, não acredito que alguém possa cair de paraquedas nessa série, mas, de qualquer forma, expectativas são criadas e nem sempre a realidade corresponde. Portanto, pode haver uma quebra na expectativa de alguns fãs por conta do formato escolhido. Principalmente, levando em consideração a consistência em tom que existia nas produções, na qual prevalecia a Ação/Aventura. Ao leitor: assista com a mente aberta e tenha paciência, este é apenas o começo…


Wandavision é a primeira série totalmente integrada ao MCU lançada no Disney+, e será seguida por Falcão e o Soldado Invernal (19 de março), Loki (maio), Ms. Marvel e Gavião Arqueiro. Os dois primeiros episódios foram liberados dia 15 de Janeiro e os seguintes serão disponibilizados semanalmente - toda sexta-feira - no serviço de streaming.


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