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Mulher Maravilha 1984 (2020) | Crítica

Três anos após ganhar seu primeiro filme solo, Mulher Maravilha está de volta em uma sequência, desta vez, ambientada em 1984, onde além das referências óbvias ao período, há um certo tom de crítica a respeito de elementos da época. Na trama, Diana, agora trabalhando como pesquisadora, encontra um artefato que pode conceder desejos para quem o toca. Quando isso cai em mãos erradas, cabe a ela encontrar um meio de destruir este objeto, antes que isso cause consequências catastróficas para a humanidade.

Dessa vez, o tom épico do primeiro filme é deixado de lado, e em contrapartida, é colocado um clima de descontração, tanto na trama, como nos personagens, podendo ser dito que isso é um pouco de homenagem aos filmes da época. É um filme bastante cafona, em diversos aspectos, mas no bom sentido, já que se encaixa com a estética proposta. A diretora, Patty Jenkins, em diversos momentos deixa evidente que o filme brinca com esses clichês presentes no imaginário coletivo a respeito dos anos 80. Ainda sobra tempo para mostrar a parte negativa da época, que fica claro ao mostrar o sentimento de ganância oriundo da economia do período, assim como os conflitos políticos ao redor do mundo. 


Gal Gadot se firma de vez no papel da heróina. Ela aparece bem menos em ação se comparado ao primeiro filme, o que por um lado é bom, já que o longa trata mais do lado "humano" dela, revelando todas as aflições e angústias que a personagem sente. Em diversos momentos, elementos que surgem na trama fazem a personagem questionar e até se contradizer um pouco em seus pensamentos, o que demonstra a fragilidade dela, física e mental. As poucas sequências de ação são efetivas pois trazem bastante da identidade da personagem, que realiza diversas acrobacias e usa muito de seus apetrechos, como o laço da verdade e seus braceletes.


Quanto aos personagens secundários, cada um tem o seu espaço de tempo merecido e que complementa muito na trama. O principal destaque fica para Kristen Wiig como a Mulher Leopardo, uma das principais inimigas da Mulher Maravilha nos quadrinhos, onde aqui, seu papel é apresentado de forma gradativa, onde há uma forte mudança de personalidade em determinado período. A veia cômica da atriz ajuda muito a suavizar a personagem e deixar ela mais fácil do público criar simpatia


Chris Pine está de volta no papel de Steve Trevor, e sua presença é complementar para reforçar a parte humanizadora que o filme traz para Diana. A química dele com a Gal Gadot funciona bastante, então, as cenas de interação entre os dois acaba por ser algo benéfico ao longa.


O antagonismo de Mulher Maravilha 1984 fica por conta de Maxwell Lord, interpretado por Pedro Pascal. O carisma do ator acrescenta muito ao papel, onde ele consegue atuar bem nas diversas nuances que o personagem apresenta ao longo do filme. Ele tem até um tempo de tela considerável, o que é bom, pois fica mais claro ao espectador as intenções e pensamentos do personagem.


Por outro lado, muita coisa do filme têm problemas. A mais óbvia são os CGIs que não foram muito bem trabalhados, onde isso fica mais visível na sequência inicial do longa. Isso é fruto talvez da diminuição da equipe de trabalho em virtude da pandemia. Alguns recursos narrativos simplesmente não possuem lógica, sendo utilizados sem justificativa, apenas para a história prosseguir. E por falar em progressão, a duração de 2h30m não faz bem ao longa. Se o filme tivesse tido 2 horas fechadas, teria sido bastante agradável, com a remoção de alguns excessos que não agregam em muita coisa ao filme.


Mas no panorama geral, o filme é bastante agradável de se assistir, com sequências que fazem referência direta à série dos anos 70 protagonizada por Lynda Carter, e por mais que WW84 seja problemático em algumas coisas, a mensagem de esperança que o filme carrega é muito forte, e esse mérito ninguém tira. O filme estabelece de vez Gal Gadot no papel da heroína, que aqui aparece como uma figura bem mais tangível e fácil do público simpatizar se comparado com o ser intocável do primeiro longa.

7/10

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