Beirando
o besteirol, mas falhando em entregar momentos engraçados de verdade, Space
Force se perde ao não saber equilibrar o tom de sua narrativa. Com Greg Daniels e
Steve Carell na produção, Space Force chamou atenção logo na época de seu
anúncio por reunir a dupla responsável por The Office (USA) e por contar com um
elenco estrelado, o que deu uma certa esperança para o público. A
série acompanha Mark Naird (Carell), um general recém-promovido à direção do
mais novo ramo das Forças Armadas americanas, a Força Espacial (Space Force),
que tem como principal objetivo iniciar a colonização americana na Lua. Com
isso, a vida do protagonista muda drasticamente e ele terá que lidar com a
pressão de um novo cargo de muita responsabilidade e com dramas familiares.
Com
um primeiro episódio promissor, a série cria uma boa expectativa com situações
engraçadas e boas piadas que poderiam ser desenvolvidas ao longo da temporada.
Entretanto, tudo isso parece se perder com a progressão dos episódios. Há uma
constante sátira com o espírito nacionalista americano, piadas com a completa
falta de noção dos agentes públicos e alguns trocadilhos que fazem referência à
cultura do país, mas isso é feito de forma rasa e muitas vezes sem uma entrega
muito cômica.
A
premissa da série por si só dava oportunidades para se trabalhar um roteiro
minimamente leve e divertido, ou, no melhor cenário, trazer um humor consciente
de cunho político que casaria bem com o atual cenário do país. Ao invés disso,
a série parece não decidir qual caminho tomar e empaca no meio, sendo por vezes
muito pé no chão e outras muito absurda. Isso acontece ao custo do
desenvolvimento do protagonista que oscila junto ao roteiro e que, mesmo que
sendo interpretado por um veterano de produções de comédia, há momentos onde
ele é apenas irritante.
Contando
com 10 (dez) episódios de pouco mais de 30min, o roteiro segue com um formato
procedural, onde a cada episódio os personagens têm um novo problema para
resolver, o que abre o leque de oportunidades para trabalhar os personagens,
porém, os protagonistas ainda parecem mal trabalhados e, por vezes, até chatos.
Na realidade, o elenco como um todo parece ser mal aproveitado, dois bons
exemplos são Jane Lynch (Glee) e Lisa Kudrow (Friends), que são reduzidas a meras aparições e, no caso de Kudrow, o roteiro parece até esquecer da personagem até precisar dela para desenvolver algo no protagonista.
Apesar de tudo isso, um de seus poucos
pontos positivos, são seus personagens coadjuvantes, em especial a Capitã
Angela Ali (Tawny Newsome) e Dr. Chan Kaifang (Jimmy O. Yang) que sempre roubam a cena e protagonizam uma das melhores amizades da equipe.
Em
resumo, Space Force é mais uma das produções medianas da Netflix, porém uma
que, infelizmente, tinha potencial de ser melhor caso a execução fosse feita
com mais atenção. Caso você seja fã de comédias ou das produções do próprio
Steve Carell, vale dar uma conferida, mas sem muita expectativa, na melhor das
opções, uma série para assistir enquanto almoça.
5,5/10
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