Após
um período de cinco anos produzindo somente sequências de suas animações (com
exceção de Viva: A Vida É Uma Festa), a Pixar retoma com histórias inéditas em Dois Irmãos: Uma Jornada Fantástica, sendo este, um retrato bonito e singelo sobre o
elo familiar e o quão forte ele pode ser em nossas vidas. A
trama acompanha os irmãos Ian e Barley Lightfoot (Tom Holland e Chris Pratt, respectivamente),
que após receberem um presente deixado pelo falecido pai, partem em uma
aventura para encontrar os resquícios de magia presentes no mundo, possuindo
como principal motivação, a possibilidade de conversar mais uma vez com o pai.
Logo de
cara podemos dizer que a produção gráfica da Pixar só evolui, e de maneira
incrível. Todos os detalhes dos personagens e cenários são possíveis de serem
percebidos, até pela pessoa mais desavisada. Os personagens possuem reações
faciais muito expressivas, o que até engrandece a carga dramática das cenas.
A
trama segue uma linha bem de aventura clássica, mas isso não é um problema, já
que o filme usa isso ao seu favor para inserir algo que chega até a ser um
pouco metalinguístico, já que a aventura existe na história, e não simplesmente
surge como um mecanismo para que a história se desenvolva. Os personagens são
motivados por ela para chegarem no objetivo. Nesse sentido, é essencial a
presença do personagem de Barley, pois ele representa uma espécie de força
motriz que faz com que a história avance. É interessante pontuar que ele é um
dos personagens que possui um dos melhores arcos do filme, possuindo diversos
dilemas que vão sendo dissecados e resolvidos, além de alguns sacrifícios no qual
precisa se submeter em prol de sua missão.
O filme
é um prato cheio para quem é fã de jogos de RPG e aventuras medievais, pois o
que não falta são referências, seja às criaturas, objetos, cenários, etc. Em
determinado momento, chegam até a brincar um pouco sobre como funcionam os padrões
de narrativa nesse tipo de jogo.
O
casting desse filme é um ponto também bastante positivo. A divisão de tela
entre Chris Pratt e Tom Holland funcionou com uma naturalidade bastante genuína,
muitas vezes causando uma impressão de que seus diálogos são improvisados, pois
ambos possuem uma interação que funciona muito bem, influência de contracenarem
nos filmes do universo Marvel, provavelmente. A mãe
dos garotos, interpretada pela comediante Julia Louis-Dreyfus, também possui uma
importância na história, entretanto, em alguns momentos, seu arco narrativo
quebra um pouco o ritmo e fluidez da trama principal, o que talvez seja algum
dos poucos problemas do filme.
É
muito bonito notar a atenção que o filme dá para a relação dos irmãos, já que
esse é um dos principais pontos da trama. Esse arco é trabalhado com uma
delicadeza enorme, tornando algumas cenas bastante emocionantes, de forma que
não parece forçado. O desfecho do filme é satisfatório para o que nos é
apresentado durante toda a obra.
Como
já foi dito anteriormente, Dois Irmãos: Uma Jornada Fantástica trata de forma
muito bonita a relação entre irmãos, mas a trama vai muito além disso,
entregando momentos divertidos, emotivos e com lições bastante valiosas. No
geral, é mais um grande acerto da Pixar, entregando um filme que pode cativar tanto adultos que já foram jogadores assíduos de RPG, como crianças que adoram histórias com grandes aventuras.
8/10
4 Comentários
PIXAR sabe como mexer com a gente não é de hoje. Ansioso para ver o Chris e o Tom nessa animação. A química humorística dos dois é genuinamente cativante 😁
ResponderExcluirOs dois funcionaram perfeitamente juntos. Foi uma aposta boa do estúdio de juntar os dois.
ExcluirAcabei de ver e achei fantástico, quem gosta de RPG vai super amar ir colhendo as referências, ótima resenha.
ResponderExcluirTodas as referências ao RPG e à fantasia como um todo são estupendas. Obrigado pelo apoio :) !
Excluir