Sonic: O Filme (2020) | Crítica

É de senso comum que o cinema não consegue trabalhar da forma mais adequada com os videogames. Diversas já foram as tentativas de trazer jogos consagrados para as telonas, mas sempre acabam caindo em clichês hollywoodianos e histórias mal adaptadas. Sonic: O Filme resolveu apostar em um caminho mais seguro, pegando apenas a essência presente no game e criando uma história original para o personagem. Na trama, Sonic deve fugir do mundo onde vive para sobreviver. Depois de encontrar abrigo na Terra por um tempo, o Dr. Robotinik (Jim Carrey) é convocado pelo governo americano para capturar o ouriço azul, mas suas intenções não são das melhores.

A maior surpresa de Sonic é, na verdade, algo que surgiu antes mesmo de seu lançamento. Após um grande clamor por parte dos fãs para que o visual inicial do personagem fosse remodelado, o estúdio resolveu adiar sua estréia para garantir o bem-estar dos fãs. Essa definitivamente foi uma ótima escolha deles, já que além do visual ter ficado melhor, muitos foram os fãs da franquia de games que gostaram do filme.

É importante dizer que não se deve assistir ao filme com uma expectativa de ver uma trama totalmente séria e bem elaborada. A obra deixa bem clara a veia de comédia e de não se levar tão a sério assim, mas isso não é um ponto negativo, muito pelo contrário, já que Sonic nunca foi uma franquia de jogos muito densa. A interação do personagem com os humanos é ótima, rendendo momentos bastante hilários, como a sequência do bar. 

Se tratando de inconstâncias, há alguns problemas com a atuação de Jim Carrey como Robotinik. No geral, ele fez até uma boa interpretação do personagem, mas em alguns momentos, Jim exagera até demais nos trejeitos do vilão, o que tornou algumas cenas muito caricatas. Mas pode se dizer que o personagem também foi bem adaptado.

Como já dito anteriormente, Sonic apostou no caminho de apenas pegar a base do personagem e seu universo para desenvolver a história, e isso muitas vezes pode significar o completo desastre do filme. Nesse caso, eles realmente tiveram um ótimo trato com a mitologia do universo da franquia, tratando-a com bastante competência, trazendo até, muitas referências para quem acompanha os games. E ele consegue funcionar perfeitamente tanto para quem nunca jogou, como para quem consome a franquia.

Em uma indústria que não consegue trabalhar bem com franquias de videogames, Sonic é um sopro de alívio para essa categoria no cinema, sendo divertido na medida certa, e fazendo uma ótima adaptação do personagem. De fato, uma grata surpresa.

7/10